Revolta do Quebra Quilos (1874-1875) - O sistema métrico no Brasil
Rótulo de cigarros " Aos Quebra Quilos" fabricados por Lourenço J. de Freitas. Pertencente a coleção de rótulos do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, em Recife, Pernambuco. |
Ficou conhecida pelo nome de Revolta do Quebra-Quilos o movimento popular iniciado na Paraíba, a 31 de outubro de 1874, e que se opunha às mudanças introduzidas pelos novos padrões de pesos e medidas do sistema internacional, recém introduzidas no Brasil. Praticamente sem uma unidade e sem liderança, a revolta logo se alastrou por outras vilas e povoados da Paraíba, estendendo-se a Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.
A denominação de quebra-quilos teria surgido na cidade do Rio de Janeiro, quando elementos populares invadiram casas comerciais que haviam começado a utilizar o novo sistema de pesos e medidas, e aos gritos de "Quebra os quilos! Quebra os quilos", depredavam tais estabelecimentos. A expressão começou a ser utilizada indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos movimentos de contestação ao governo com relação ao recrutamento militar, à cobrança de impostos e à adoção do sistema métrico decimal.
Para muitos historiadores o principal fator que teria levado ao desencadeamento de tal revolta, diz respeito a uma questão econômica, e isso tudo teria começado em 26 de junho de 1862, quando o então Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, o senhor José Lins Vieira de Cansanção de Sinimbu referendou a Lei de número 1.157 a qual oficializava a adoção do sistema métrico decimal francês.
"O sistema métrico fora inventado pelo padre Gabriel Mouton, matemático e vigário de Saint Paul, em Lyon, no ano de 1670, porém, apesar de sua praticidade, não foi de imediato adotado na França. No ano seguinte, o também matemático Jean Picard acrescentaria detalhes ao plano inicial; porém a configuração geral do sistema surgiria, por iniciativa da Academia de Ciências da França, com os trabalhos de uma comissão da qual faziam parte Borda, Langrange, Laplace, Monge, Condorcet e posteriormente Méchain Delambre". (MAIOR, 1978, p. 20).
Em 1872 o então Ministro da Agricultura, Francisco do Rego Barros Barreto expediu um mandato que determinou que na data de 1 de julho de 1873 todo comércio do país deveria obrigatoriamente utilizar o sistema métrico decimal, correndo o risco as pessoas que descumprissem esse mandato de terem que pagar multas que iam dos 10$000 (dez contos de réis) por indivíduo até 100$000 (cem contos de réis) para estabelecimento, ou até mesmo podendo serem presos.
"A expressão quebra-quilos não é nordestina. Aparece no Rio de Janeiro por ocasião das arruaças de 1871, quando alguns grupos de marginais e desocupados depredaram casas comerciais que estava usando o novo sistema de peso e medidas. Como gritassem Quebra os quilos! Quebra os quilos! a expressão passou genericamente a indicar todos os participantes dos movimentos de contestação ao governo no que diz respeito ao recrutamento militar, à cobrança de impostor e à adoção do sistema métrico decimal". (MAIOR, 1978, p. 56).
A denominação de quebra-quilos teria surgido na cidade do Rio de Janeiro, quando elementos populares invadiram casas comerciais que haviam começado a utilizar o novo sistema de pesos e medidas, e aos gritos de "Quebra os quilos! Quebra os quilos", depredavam tais estabelecimentos. A expressão começou a ser utilizada indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos movimentos de contestação ao governo com relação ao recrutamento militar, à cobrança de impostos e à adoção do sistema métrico decimal.
"O sistema métrico fora inventado pelo padre Gabriel Mouton, matemático e vigário de Saint Paul, em Lyon, no ano de 1670, porém, apesar de sua praticidade, não foi de imediato adotado na França. No ano seguinte, o também matemático Jean Picard acrescentaria detalhes ao plano inicial; porém a configuração geral do sistema surgiria, por iniciativa da Academia de Ciências da França, com os trabalhos de uma comissão da qual faziam parte Borda, Langrange, Laplace, Monge, Condorcet e posteriormente Méchain Delambre". (MAIOR, 1978, p. 20).
"A expressão quebra-quilos não é nordestina. Aparece no Rio de Janeiro por ocasião das arruaças de 1871, quando alguns grupos de marginais e desocupados depredaram casas comerciais que estava usando o novo sistema de peso e medidas. Como gritassem Quebra os quilos! Quebra os quilos! a expressão passou genericamente a indicar todos os participantes dos movimentos de contestação ao governo no que diz respeito ao recrutamento militar, à cobrança de impostor e à adoção do sistema métrico decimal". (MAIOR, 1978, p. 56).
A medida que a revolta ou a sedição como também ficou conhecido ia se desenvolvendo, alguns jornalistas e autoridades do governo na época começaram a cogitar que havia algo a mais por trás do intuito do movimento além de questões econômicas, parecia também conter preceitos liberais e religiosos. A revolta logo ganhou um caráter social e até mesmo liberal como alguns cogitaram na época, pois começou-se a se insinuar que a revolta estava sendo coordenada por adeptos de ideias liberais e republicanas, por isso estarem contra o Estado.
Nesse caso nota-se que em certa medida o desagrado do povo se devia mais com o aumento do custo dos produtos e dos impostos e não tão propriamente com o sistema métrico decimal. No entanto, outros fatores foram assimilados pelos revoltosos, como questões de cunho liberal-republicano, de influência religiosa, pois houveram padres que se juntaram ao movimento como sera dito mais a frente e até mesmo de um sentimento antimaçônico.
Foto de quebra-quilos em Fagundes, Paraíba em 1875.
Em 7 de dezembro de 1874 o Presidente da Província da Paraíba, Silvino Carneiro da Cunha enviou uma carta ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, pedindo apoio militar do mesmo, pois antes disso, Silvino havia requerido apoio do Presidente de Pernambuco, porém as tropas haviam sido ineficientes para cobrir toda a extensão pela qual as revoltas haviam se espalhado.
O Ministério da Guerra respondeu o pedido do presidente Silvino e fora escolhido o coronel Severiano Martins da Fonseca, irmão mais velho de Deodoro da Fonseca futuro presidente do Brasil, para comandar as tropas. Severiano partiu com um batalhão do Rio de Janeiro em 29 de novembro, chegando à Paraíba em 7 dezembro. O coronel visitou o depósito de armas na capital Parahyba (atualmente João Pessoa), então muniu as forças locais e organizou uma pequena cavalaria, e partiu em marcha para Campina Grande, um dos focos dos quebra-quilos.
Segundo, relatos militares, em sua viagem até Areia, a tropa de Severiano prendeu pelo menos 56 pessoas, embora que há registros que alguns conseguiram fugir. Em 25 de dezembro, o batalhão chegou em Campina Grande, a qual havia sido atacada algumas vezes, e sabendo da chegada do exército, muitos abandonaram a região.
No entanto, isso era apenas o começo a opressão contra os revoltosos. O coronel Severiano nomeou o capitão Longuinho para comandar parte da tropa com sede em Areia e o capitão Piragibe para atuar em Campina e cercanias. Nesse caso, enquanto o coronel escrevia relatórios para o presidente da província e para o imperador, o capitão Longuinho procurava e punia os revoltosos.
Foto de quebra-quilos em Fagundes, Paraíba em 1875.
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Em 7 de dezembro de 1874 o Presidente da Província da Paraíba, Silvino Carneiro da Cunha enviou uma carta ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, pedindo apoio militar do mesmo, pois antes disso, Silvino havia requerido apoio do Presidente de Pernambuco, porém as tropas haviam sido ineficientes para cobrir toda a extensão pela qual as revoltas haviam se espalhado.
O Ministério da Guerra respondeu o pedido do presidente Silvino e fora escolhido o coronel Severiano Martins da Fonseca, irmão mais velho de Deodoro da Fonseca futuro presidente do Brasil, para comandar as tropas. Severiano partiu com um batalhão do Rio de Janeiro em 29 de novembro, chegando à Paraíba em 7 dezembro. O coronel visitou o depósito de armas na capital Parahyba (atualmente João Pessoa), então muniu as forças locais e organizou uma pequena cavalaria, e partiu em marcha para Campina Grande, um dos focos dos quebra-quilos.
Segundo, relatos militares, em sua viagem até Areia, a tropa de Severiano prendeu pelo menos 56 pessoas, embora que há registros que alguns conseguiram fugir. Em 25 de dezembro, o batalhão chegou em Campina Grande, a qual havia sido atacada algumas vezes, e sabendo da chegada do exército, muitos abandonaram a região.
No entanto, isso era apenas o começo a opressão contra os revoltosos. O coronel Severiano nomeou o capitão Longuinho para comandar parte da tropa com sede em Areia e o capitão Piragibe para atuar em Campina e cercanias. Nesse caso, enquanto o coronel escrevia relatórios para o presidente da província e para o imperador, o capitão Longuinho procurava e punia os revoltosos.
Bibliografia:
MAURER JR, Orides. A Revolta do Quebra-Quilos (1874-1875). Disponível em: <http://oridesmjr.blogspot.com.br/2011/09/revolta-do-quebra-quilos-1874-1875.html>. Acesso em: 22 jul. 2012.
DA SILVA, Faustino Emílio. Quebra-Quilos. Disponível em: <http://tuia.com.br/Lutas_Brasileiras/quebraquilos.htm>. Acesso em: 22 jul. 2012.
É um material muio interessante sobre parte do nosso passado.
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